Após os recentes ataques de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra a democracia, membros do Conselho de Ética da Câmara aumentaram a pressão para que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), instale o colegiado. O Congresso em Foco teve acesso a um documento que está circulando em grupos de Whatsapp de deputados que propõe o nome de Juscelino Filho (DEM-MA) para a presidência do órgão.
A carta endereçada a Maia diz que há oito processos prontos para a pauta. Dentre esses, há uma denúncia contra Eduardo, que foi apresentada após o deputado ter defendido, em 2019, um novo AI-5 no país. A denúncia foi subscrita pelo Psol, pela Rede Sustentabilidade, pelo PT e pelo PCdoB. O Conselho de Ética não foi instalado este ano devido à demora em iniciar os trabalhos das comissões. Isso só ocorreria em março, mas, devido à pandemia, as atividades na Câmara e no Senado ficaram, basicamente, restritas às votações remotas em plenário.
Durante a reunião de líderes nessa quinta-feira (28), Maia também foi pressionado a reabrir o colegiado. Após o encontro, durante coletiva de imprensa, ele se mostrou disposto a ceder. “Acredito que, sim, no momento que o Conselho de Ética voltar a funcionar, certamente todos esses casos vão avançar e, claro, o deputado terá todo o direito de responder, de fazer sua defesa, de dar sua explicação. Mas nós vamos esperar mais algumas semanas pra restabelecer o Conselho de Ética e aí é o caminho adequado para esses debates”, disse o presidente da Câmara.
Para o vice-líder do PCdoB na Câmara, Márcio Jerry (MA), a abertura de um novo processo no Conselho contra Eduardo é importante. “O núcleo familiar-miliciano de Jair Bolsonaro desrespeita e agride o Brasil, xinga outros poderes, debocha da democracia. Não há espaço para meio termo: são criminosos. E com essa fala de Eduardo há mais razões para chamarmos ele ao Conselho de Ética da Câmara”, disse Jerry.
O novo processo contesta a declaração de Eduardo Bolsonaro, dada em entrevista ao canal Terça Livre na última quarta de que, em algum momento, será necessário um rompimento democrático.
Durante uma conversa com o blogueiro Allan dos Santos, um dos alvos de ação da Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news - que investiga o uso de notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades e instituições -, Eduardo atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que a investigação seja arquivada e que Alexandre de Moraes, relator do caso, seja punido.
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